terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Lúcidos,

compreendem que o inimigo em face, tomado individualmente, é um homem como eles, mas está a defender o lado injusto e deve ser aniquilado. A guerra revolucionária é nisso mais dura que as clássicas. outrora, o combatente estava convicto que o estrangeiro que defrontava era o somatório de todos os vícios, de todas as baixezas. Era fácil odiar pessoalente o soldado que avançava contra ele, não o inimigo em abstracto, mas aquele mesmo Franc, Schulz, Ahmed ou Ngonga que se metia à sua frente. Hoje, quem é o combatente consciente que nisso acredita? Só existe o ódio ao inimigo em abstracto, o ódio ao sistema que os indivíduos defendem. O soldado inimigo pode mesmo estar em contradição com a causa que é forçado a defender. O combatente revolucionário sabe disso; pode mesmo pensar que aquele inimigo é um bom camponês ou um são operário, útil e combativo noutras circunstâncias, mas que está aqui envenenado de preconceitos, supercondicionado pela classe dirigente para matar. O revolucionário tem de fazer um compromisso entre o ódio abstrto ao inimigo e a simpatia que o inimigo - indivíduo possa lhe inspirar.
Por isso esta guerra é mais dura, pois mais humana (e, portanto, mais desumana).
O dominador, o senhor, nunca procurará matar por matar, antes pelo contrário, evitará matar. Ele vê a guerra como o jogo ou o amor. E seu momento de perda de lucidez é quando o ódio abstracto se concretiza no indivíduo e avança, raivosamente lúcido, contra os soldados que procuram impedí-lo de avançar, não porque são inimigos, mas porque o impedem de avançar, são obstáculos que têm de ser afastados do caminho. Nesse momento, o equilíbrio está vencido e a necessidade psíquica - sentida fisiologicamente - de fazer a acção leva ao ódio frio e calculado, implacável. Um dominador com ódio não gesticula, não ofende; ele poupa o esforço, os gestos, o ódio; é a sua acção, mais que os símbolos, que exprime sua determinação.


Mayombe, Pepetela.

sábado, 26 de setembro de 2009

Prólogo

Ela sai apressada de casa, vestida com um casaco pesado demais para a época do ano. Estamos em 1941. Há uma outra guerra em andamento. Deixou um bilhete para Leonard, outro para Vanessa. Caminha decidida em direção ao rio, certa daquilo que fará, mas mesmo assim um tanto distraída, observando as colinas, a igreja e um grupo de carneiros, incandescentes, matizados por um vago tom cor de enxofre, que pastam sob océu enfarruscado. Pára, vendo os carneiros e o céu, depois retoma o caminho. As vozes murmuravam atrás dela; bombardeiros zumbem no alto, ainda que procure os aviões e não os veja. Passa por um dos empregados da fazenda (seria John, o seu nome?), um homem robusto, de cabeça pequena, que usa uma camisa cor de batata e limpa um rego entre os chorões. Ele ergue os olhos para ela, faz um gesto de cabeça, baixa a vista denovo para a água pardacenta. Ao cruzar com ele, a caminho do rio, pensa em como é bem-sucedido, no quanto é feliz ao limpar um rego que corre entre chorões. Ela mesma fracassou. Não é escritora coisa nenhuma, não de verdade; é apenas uma scêntrica bem-dotada. Pedaços de céu brilham nas poças deixadas pela chuva da noite anterior. Seus sapatos afundam ligeiramente na terra fofa. Ela fracassou, e agora as vozes voltaram, resmungando de modo indistinto bem atrás de seu campo de visão, atrás dela, aqui, não, basta virar que elas somem e vão para um outro canto. As vozes estão de volta e a dor de cabeça se aproxima, tão certa quanto a chuva, a dor de cabeça que vai esmagar sejá lá o que ela for e tomar o seu lugar. A dor de cabeça aproxima-se e parece que os bombardeiros (está ou não invocando todos eles, ela mesma?) surgiram denovo no céu. Chega à ribanceira, sobe e desce de novo até o rio. Há um pescador mais acima, lá longe, mas ele não vai notá-la, vai? Começa a procurar uma pedra. Trabalha depressa mas com método, como se estivesse seguindo uma receita que tem de ser obedecida escrupulosamente para que dê certo. Escolhe uma, mais ou menos do tamanho e da forma de uma cabeça de porco. No momento em que vai erguê-la do chão e enfiá-la num dos bolsos do casaco (a gola de pêlo faz cócegas em seu pescoço), nota, não pode evitá-lo, a frieza de giz da pedra e sua cor, de um marrom leitoso, com manchas esverdeadas. Pára perto da beira do rio, que lambe a margem, preenchendo as pequenas reentrâncias de lama com uma água muito limpa, que poderia muito bem ser uma outra substância, inteiramente diversa daquela coisa amarelada, parda, sarapintada, de aspecto tão sólido quanto uma rua, que se estende uniforme de uma margem à outra. Ela se adianta. Não tira os sapatos. A água está fria, mas não insuportavelmente fria. Pára, a água fria até os joelhos. Pensa em Leonard. Pensa em suas mãos e em sua barba, nos sulcos profundos em volta da boca. Pensa em Vanessa, nas crianças, em Vita e Ethel: são tantos. Todos eles fracassaram, não fracassaram? De repente sente uma pena imensa deles. Imagina-se dando meia-volta, tirando a pedra do bolso, voltando para casa. Com certeza ainda teria tempo de destruir os bilhetes. Podia continuar vivendo; podia praticar essa bondade final. Parada com água até os joelhos, decide que não. As vozes estão aqui, a dor de cabeça está vindo e, se ela se entregar de novo aos cuidados de Leonard e Vanessa, eles não a deixarão partir outra vez, não é mesmo? Decida insistir para que eles a deixem ir. Continua desajeitadamente (o fundo é lamacento) até ficar com água pela cintura. Olha de relance para o pescador, que usa um paletó vermelho e não a vê. A superfície amarela do rio (mais amarela do que marrom, quando vista assim tão de perto) reflete o céu lodosamente. Eis aqui, então, o último momento de percepção verdadeira, um homem de paletó vermelho pescando e um céu nublado refletido em água opaca. Quase involuntariamente (parece involuntário, para ela), avança ou tropeça alguns passos à frente e a pedra a puxa para baixo. Por instantes, ainda, não parece nada; parece um outro fracasso; apenas a água gelada da qual pode sair facilmente, nadando; mas nisso a correnteza a envolve e a leva com uma força tão repentina e vigorosa que a impressão é a de que um homem muito forte surgiu do fundo, agarrou suas pernas e segurou-as de encontro ao peito. Parece algo pessoal.
mais de uma hora depois, o marido retorna do jardim e entra em casa. "madame saiu", diz a empregada, ajeitando uma almofada surrada que provoca uma minitempestade de plumas. "Ela disse que voltava logo."
Leonard sobe até a sala de estar para ouvir o noticiário. Encontra um envelope azul, endereçado a ele, sobre a mesa. Dentro, há uma carta.

Queridíssimo,
Tenho certeza de que estou ficando
louca outra vez: sinto que não podemos
passar por
mais uma dessas temporadas terríveis.
E desta vez eu não vou me recuperar. Começo
a ouvir vozes e não consigo me concentrar.
Por isso estou fazendo o que parece ser o melhor a fazer. Você
me deu
toda a felicidade que eu poderia ter. Você
tem sido, sob todos os aspectos, tudo o que alguém
podia ser. Não creio que pudesse haver no mundo duas
pessoas mais felizes, até
que veio essa doença terrível. Não posso
mais combatê-la, sei que estou
estragando sua vida, que sem mim você
poderia trabalhar. E vai, eu sei.
Você vê que nem esto conseguindo escrever isso direito. Eu
não consigo ler. O que eu quero dizer é que
devo toda a felicidade que eu tive na vida a você.
Você foi imensamente paciente comigo e
tremendamente bom. Eu quero dizer isso -
e todo mundo sabe. Se alguém pudesse
ter me salvado, esse alguém teria sido você.
Tudo o que eu tinha se foi, exceto a
certeza de sua bondade. Eu
não posso continuar estragando sua vida. Não creio que duas
pessoas
poderiam ter sido mais felizes do que nós fomos.
V.

Leonard saiu às pressas da sala, desce as escadas. Diz para a empregada: "Acho que aconteceu alguma coisa com a senhora Woolf. Receio que ela possa ter tentado se matar. Em que direção ela foi? Você a viu saindo de casa?"
A empregada, em pânico, começa a chorar. Leonard sai correndo e vai para o rio, passando pela igreja, pelas ovelhas, pelos chorões. na margem, não encontra ninguém, exceto um homem de paletó vermelho, pescando.

Rápida, a corrente a leva. Ela parece estar voando, uma figura fantástica, os cabelos soltos, a aba do casaco enfunada atrás. Flutua, pesada, por entre hastes de luz marrom, granular. Não vai muito longe. Seus pés (os sapatos se foram) batem de vez em quanto no fundo e, quando o fazem, convocam uma nuvem indolente de sujeira, povoada por silhuetas negras de esqueletos de folhas que param quase imóveis na água, depois que ela some de vista. Fiapos de mato de um verde quase negro enroscam em seu cabelo e no pêlo do casaco e, por instantes, um chumaço grosso de campim lhe tampa os olhos, depois acaba se soltando e sai flutuando, torcendo-se, destorcendo-se e retorcendo-se.
Por fim, acaba parando num dos pilars da ponte de South-ease. A correnteza a empurra, ataca, mas ela está presa bem firme na base da coluna quadrada, atarracada, de costas para o rio e de cara para a pedra. Enrodilha-se em volta, um braço dobrado sobre o peito e o outro boiando acima da curva do quadril. Um pouco acima dela está a superfície ondeada, brilhante. O céu se reflete incerto ali, branco e pesado de nuvens, cruzado pelo recorte negro da silhueta das gralhas. Carros e caminhões trovejam sobre a ponte. Um menino pequeno, não mais que três anos de idade, cruza a ponte com a mãe, pára na grade, agacha-se e enfia entre as frestas o pauzinho que vinha carregando, para que caia na água. A mãe o chama, mas ele insiste em ficar um pouco mais, vendo o pauzinho ser levado pela correnteza.
Ei-los então, num dia no começo da Segunda Guerra Mundial: o menino e sua mãe sobre a ponte, o pauzinho flutuando pela superfície da água e o corpo no fundo do rio, como se Virginia estivesse sonhando com a superfície, o pauzinho, o menino, a mãe, o céu e as gralhas. Um caminhão verde-oliva cruza a ponte, carregado de soldados fardados, que acenam para o menino que acabou de derrubar o pauzinho. Ele acena de volta. E exige que a mãe o pegue no colo, para que possa ver melhor os soldados; para ficar mais visível. Tudo isso entra na ponte, ressoa através de suas madeiras e pedras e entra no corpo de Virgínia. Seu rosto, comprimido de lado contra o pilar, absorve tudo: o caminhão e os soldados, a mãe e o filho.

[As Horas, Michael Cunningham]

domingo, 6 de setembro de 2009

...

Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de
sempre chegar
Olhou-a dum jeito muito mais quente do que sempre
costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de
sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande
espanto convidou-a pra rodar

Então ela se fez bonita como há muito tempo não
queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de
tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços como há muito
tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça foram para a praça e
começaram a se abraçar

E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda
despertou
E foi tanta felicidade que toda a cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos
Tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Hipotermia

Nunca pensé que la bebida me mataría. Y mucho menos en tales circunstancias. No es un caso típico. No se trata de la cirrosis hepática de un alcohólico que se niega a reconocer que hace lustros sucumbió al encanto de los vapores etílicos. Nada más lejos de la realidad.
La verdad es que estoy siendo poco riguroso y en tan crítica situación esto no es de recibo. De hecho, mi relación con el alcohol siempre ha sido distante y circunstancial, breve y esporádica. Nunca he buscado en él nada de concreto. No forma parte de mi vida y tampoco es momento de darle la relevancia que nunca ha tenido. Lo disculpo, lo olvido.
Percibo el frío vaivén de la marejadilla clavándose con ahínco en mis nalgas, y si no fuera porque mi suerte está echada desde hace breves instantes sufriría por mi lumbago. Al primer contacto con la destemplanza me desprendí de las prendas más pesadas: zapatos y chaqué. Mantuve las demás en un vano intento de conservar el calor corporal. Vaya estupidez. Siguieron los pantalones y la camisa. Así que ahora me veo en camiseta y calzoncillos. Por simple pudor. Pensando tal vez en la posibilidad de que encuentren mi cadáver flotando, o aparezca inerte en alguna playa desolada. Siempre será más decoroso.
Aunque pensándolo bien no se trata de eso, sino de no tirar la toalla definitivamente. Debo reconocer que en los primeros instantes de desconcierto tuve la sensación de que no podía desprenderme de todo alegremente. Debía aferrarme a mi existencia con los dientes y mantener algo que me vinculara a la vida que creía tener hasta caer por la borda hace un par de horas.
Resulta sorprendente lo poco que me duró la desesperación. Lo mismo que tardó en desaparecer el reguero de espuma blanca que seguía la popa del majestuoso buque como un perro faldero. "Viva la experiencia de su vida con nosotros", rezaba el tríptico de fotos edificantes. Sin duda han cumplido su promesa, pero no en los términos que estipulaba el susodicho folleto. Nadie hablaba de apearse en medio del trayecto.
Esto no es la mili. Aquí no se hacen recuentos y yo viajo solo. Conmigo mismo si acaso, porque ya no recuerdo cuánto tiempo llevo sin encontrarme con mi sombra, sin amarme, sin tomarme en consideración. Parecerá patético, pero en estos momentos tengo la certidumbre de hallarme en estado de gracia espiritual. Había previsto para mi persona una muerto dolorosa y grave, como la mayor parte de mi existencia, y paradójicamente, ahora me siento en el nirvana. Sí, ciertamente deve tratarse del estado de éxtasis budista que libera la mente del lastre corporal; aunque mucho me temo que también pueda tratarse de una falacia producida por los primeros sintomas del entumecimiento muscular.
Intento comprobarlo. Dejo de mover los brazos unos instantes para apalparme las piernas, y en el trámite trago involuntariamente uno sorbo de agua que me causa un momento de reacción y me recuerda mi comprometida situación. Me convenzo de que estoy en lo cierto. El sistema nervioso se retrae, se enroca empujado por el empeño del agua, que a cada oscilación me arranca unas décimas de temperatura.
Pienso en mi niñez, en cuando tenía fiebre y mamá acudía con aquel termómetro de mercurio, guardado celosamente. Reliquia sanitaria que se colocaba con dulzura bajo la axila. Cuántos grados debo diferir de aquel entonces. El mercurio, sincero, me delataría y descubriría la endeblez de mi situación. Diagnóstico: hipotermia. Fallecimiento seguro por parada cardiorrespiratoria de no mediar un milagro que no espero. Por qué debería hacerlo ahora, cuando no he sido creyente en mi vida. El olor a incienso me producía bascas, o al menos eso decía para evitar ir a misa los domingos. Una buena excusa, sin duda. Funcionaba y fingía. Fingía y funcionaba. Se me daba bien. Seguí fingiendo pero con el tiempo dejó de funcionar. Engañaba a los demás. Pero no a mí mismo. Mi conciencia me recordaba a menudo que con ella no podía. No se dejaba. Así entré en la duda existencial.

[Trecho do relato Hipotermia, de Marc Capdevila. Do livro Tiempo de Relatos (I Premio Booket Universitario de Relato Corto). Continuo nas próximas postagens.]

Ah, primeiro post com novo layout =)

domingo, 14 de junho de 2009

Droga.

Eu ia mudar o layout. Mas faz muito tempo que não mexo com html. Isso está me enchendo o saco.

Estou me sentindo fisicamente mal. E ainda por cima me achando uma incompetente.

Droga.

sábado, 13 de junho de 2009

Fim do dia 12.

Tava pensando em fazer um Twitter, para postar aquele pensamentos relâmpagos que às vezes temos: uma mensagem carinhosa, vontade de comer algo, ou mesmo uma mensagem de raiva (maioria absoluta nos últimos dias).
Mas sei lá, é mais uma ferramenta da internet, assim como o orkut ou mesmo este blog. Será que vale a pena?
Mas também, quanto drama por causa de um sitezinho. Por que não ter um? Por que ter?
É, acho que vou fazer.

Obs.: Que texto mais inútil. Acho que resolvi postar apenas para tentar acalmar minha vontade de falar com alguém. Ai, que frustação.

Obs 2.: Odeio quando fico com essa sensação de que minha vida é uma merda, até porque ela não é. Fico pior porque sinto que estou fazendo drama com coisas pequenas que não merecem tanta atenção. Só que... será que com isso eu acabo deixando de lado os problemas sérios, ainda que sejam "só" emocionais?

Amanhã vou viajar. Que merda. Tenho trabalho pra fazer e dependo da internet. Em Santos não tenho internet, e agora?

E agora, Júlia?

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Ela

Ela é onipresente. Ela está em todos os lugares e em todos os corações. Ela está naqueles que lutam. Ela não é uma, mas sim várias. Ela está lá, por mais fraca que se encontre. Pode surgir a qualquer momento, em qualquer lugar. Quando menos se espera, lá está ela, uma flor no asfalto, como diria Drummond. Uma flor feia, sem cor, quase imperceptível, mas que está lá. Uma flor frágil, porém, forte. Frágil pois pode ser destruída, forte porque "furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio", forte porque não importa quantas vezes a esmaguem, nunca a destruirão, e ela ainda conseguirá trazer a primavera inteira consigo.
Brecht escreveu, uma vez: "Nossos inimigos dizem: A verdade está liquidada/Mas nós dizemos: Nós a sabemos ainda". Sabemos, e nos encarregaremos de divulgá-la aos sete ventos, pois essa voz é incapaz de ser levada pelo tempo e ainda será ouvida por muitos!
Um dia disseram: "as idéias não se matam...". Isso porque não importa quantas pessoas se vão, as idéias sempre passarão adiante e continuarão a viver intensamente. O mesmo acontece com ela. Ela, a esperança.


Crônica feita ano passado. Na verdade era para ter sido uma dissertação, mas com o tema esperança não consegui seguir a linha do vestibular. Ganhei apenas um visto, mas pelo menos fiz um texto do qual gostei (tirando algumas coisinhas que só percebemos com o tempo, mas isso não vem ao caso agora).