Ela é onipresente. Ela está em todos os lugares e em todos os corações. Ela está naqueles que lutam. Ela não é uma, mas sim várias. Ela está lá, por mais fraca que se encontre. Pode surgir a qualquer momento, em qualquer lugar. Quando menos se espera, lá está ela, uma flor no asfalto, como diria Drummond. Uma flor feia, sem cor, quase imperceptível, mas que está lá. Uma flor frágil, porém, forte. Frágil pois pode ser destruída, forte porque "furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio", forte porque não importa quantas vezes a esmaguem, nunca a destruirão, e ela ainda conseguirá trazer a primavera inteira consigo.
Brecht escreveu, uma vez: "Nossos inimigos dizem: A verdade está liquidada/Mas nós dizemos: Nós a sabemos ainda". Sabemos, e nos encarregaremos de divulgá-la aos sete ventos, pois essa voz é incapaz de ser levada pelo tempo e ainda será ouvida por muitos!
Um dia disseram: "as idéias não se matam...". Isso porque não importa quantas pessoas se vão, as idéias sempre passarão adiante e continuarão a viver intensamente. O mesmo acontece com ela. Ela, a esperança.
Crônica feita ano passado. Na verdade era para ter sido uma dissertação, mas com o tema esperança não consegui seguir a linha do vestibular. Ganhei apenas um visto, mas pelo menos fiz um texto do qual gostei (tirando algumas coisinhas que só percebemos com o tempo, mas isso não vem ao caso agora).
Mais uma tentativa de volta.
Há 10 anos